O JOGO COMO RECURSO PSICOPEDAGÓGICO

 

O psicopedagogo, sendo o profissional que lida com as questões relacionadas ao processo de aprendizagem, tem como missão retirar as pessoas da sua condição inadequada de aprendizagem; fazendo-as perceber suas potencialidades recuperando, desta forma, seus processos internos de apreensão de uma realidade nos aspectos: cognitivo, afetivo-emocional e de conteúdos. Como a ludicidade é um forte atrativo para que os indivíduos se motivem na busca de uma aprendizagem prazerosa, então, temos os jogos como aliados nesta tarefa. Segundo Winicott (apud Weiss, 2004, p.72) “É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade, e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”.

Como vemos os jogos são recursos indispensáveis tanto na avaliação como na intervenção psicopedagógica, pois favorece os processos de aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo do indivíduo. Sua utilização numa intervenção psicopedagógica apresentada por Jorge Visca e por Lino Macedo, é de que ao se propor um jogo é preciso ter em mente o porquê de jogar, o que jogar, para quem, com que recursos, de que modo jogar, quando e durante quanto tempo jogar, e qual a continuidade desta atividade ao final de seu desenvolvimento. Essa intervenção pode apresentar um caráter preventivo ou curativo. O caráter preventivo vai estimular o sujeito a agir, elaborando previamente estratégias para a solução de problemas; enquanto que o caráter curativo é direcionado para pessoas que apresentam algum tipo de dificuldade na aprendizagem. Nesse caso é preciso identificar essa dificuldade e criar condições favoráveis para superação. Macedo (1997) afirma que: “jogar é fundamental para o desenvolvimento do raciocínio, e traz muitas contribuições para a aprendizagem, principalmente se as crianças têm a oportunidade de exercitar essa atividade com frequência”. Por isso na escolha dos jogos que serão utilizados, o psicopedagogo deve conhecer as condições e necessidades de cada etapa evolutiva na construção de seus esquemas de conhecimento. Como podemos observar o aspecto colocado por Lino de Macedo, compatível com Nádia Bossa (2000, p. 23), que afirmar que cabe ao psicopedagogo: “… saber como se constitui o sujeito, como este se transforma em suas diversas etapas de vida, quais os recursos de conhecimento de que ele dispõe e a forma pela qual produz conhecimento”.

Essa atividade pode nos dar respostas quando o indivíduo não consegue expressar-se verbalmente e o faz através do jogo. Porém faz-se necessário atentar que o psicopedagogo não interpreta, mas procura compreender as manifestações simbólicas, buscando adequar as atividades lúdicas às necessidades de cada indivíduo e o momento que devem ser utilizadas, a fim de promover a ativação dos seus recursos de conhecimento sem atacar o sintoma.